O sistema elétrico brasileiro, uma espinha dorsal para o desenvolvimento nacional, encontra-se em um ciclo contínuo de expansão e modernização. Contudo, essa evolução traz consigo um desafio inerente e constante: a Superação de Equipamentos no Sistema Elétrico.
À medida que a demanda por energia cresce e a infraestrutura se expande, os componentes da rede podem ser submetidos a condições que excedem suas capacidades nominais de projeto, exigindo uma atenção proativa e especializada para garantir a segurança e a eficiência energética do país.
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O Crescimento Acelerado do SIN e Seus Impactos
O Sistema Interligado Nacional (SIN) tem testemunhado uma expansão notável nas últimas décadas. Com a potência instalada atingindo a marca de 120 GW e a rede de transmissão superando 100.000 km, o crescimento foi de praticamente 100% em pouco mais de uma década.
Essa aceleração, impulsionada em grande parte pela viabilização de novos empreendimentos de geração que se conectam à rede, muitas vezes em pontos não previstos no planejamento original, gera um impacto direto e significativo.
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A Elevação das Solicitações na Rede
A consequência mais evidente dessa expansão é a elevação dos níveis de curto-circuito e da corrente de fluxo em diversas subestações. Conforme o documento “Requisitos Mínimos a Serem Observados na Aplicação de Dispositivos Limitadores de Corrente de Curto-Circuito na Rede Básica“, do ONS, o aumento da corrente de curto-circuito média nas barras do SIN foi superior a 90% entre 2007 e 2012, com projeções de crescimento contínuo (VIII Requisitos Mínimos, Seção 2).
Essa sobrecarga pode levar à Superação de Equipamentos no Sistema Elétrico, onde as solicitações impostas excedem a capacidade nominal dos componentes em operação.
Além do crescimento da rede, a própria idade das instalações também desempenha um papel crucial. Muitos equipamentos se aproximam do horizonte para o qual foram originalmente planejados e especificados, tornando-os mais suscetíveis à superação diante das novas e mais intensas demandas do sistema.
Entendendo a Superação de Capacidade
A Superação de Equipamentos no Sistema Elétrico ocorre quando as solicitações elétricas – como correntes de carga, correntes de curto-circuito (simétricas e assimétricas) e tensões de restabelecimento transitória (TRT) – ultrapassam os limites para os quais um equipamento foi projetado.
Isso significa que um disjuntor, um transformador de corrente, um barramento ou até mesmo uma malha de terra pode não ser mais capaz de operar com segurança e confiabilidade sob as condições atuais ou futuras do sistema.
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Riscos e Consequências da Superação
A não identificação ou a postergação da solução para a Superação de Equipamentos no Sistema Elétrico pode acarretar sérios impactos. O documento “Requisitos Mínimos” alerta que isso “pode causar impactos não desejáveis no desempenho do sistema elétrico, no suprimento de cargas e na segurança de instalações e de pessoal” (VIII Requisitos Mínimos, Seção 3).
Os riscos operacionais aumentam, a confiabilidade do suprimento de energia é comprometida e, mais criticamente, a segurança dos profissionais e das instalações pode ser posta em xeque.
Embora os equipamentos sejam dimensionados para uma longa vida útil, a dinâmica do sistema elétrico brasileiro, com suas constantes transformações e o surgimento de novas demandas, exige uma reavaliação contínua e um monitoramento rigoroso da capacidade de cada componente.
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A Resposta do Setor: Análise Contínua e Soluções Proativas
Diante da complexidade e dos riscos associados à Superação de Equipamentos no Sistema Elétrico, o setor elétrico brasileiro adota uma abordagem estruturada e colaborativa. A vigilância e a análise técnica aprofundada são pilares essenciais para a gestão desse desafio.
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O Papel do ONS e do GT-AS
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) desempenha um papel central nesse processo. Anualmente, o ONS conduz o levantamento de potenciais condições futuras de superação por meio do Grupo de Trabalho para Análise de Superação de Equipamentos de Alta Tensão (GT-AS).
Este grupo, composto por representantes do ONS e de Agentes de Transmissão, Distribuição e Geração, tem como objetivo “estabelecer e manter atualizados critérios, metodologias e processos para as análises de superação de equipamentos de alta tensão” (Prefácio).
O resultado desse trabalho é consolidado no Plano de Ampliações e Reforços (PAR), que identifica as instalações e equipamentos superados e propõe as devidas substituições ou a aplicação de medidas mitigadoras. Dada a complexidade e os elevados custos envolvidos na substituição de equipamentos, a busca por soluções proativas e eficientes é constante.
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Estratégias de Mitigação e Planejamento
A gestão da superação envolve não apenas a identificação, mas também o planejamento e a implementação de soluções. Isso pode incluir desde a substituição direta de equipamentos por modelos de maior capacidade até a aplicação de medidas mitigadoras mais complexas, como o seccionamento de barramentos, a instalação de reatores limitadores de corrente ou a otimização de esquemas de proteção.
A escolha da solução mais adequada depende de uma análise técnico-econômica detalhada, considerando a viabilidade operacional e o impacto na segurança do SIN.
A Superação de Equipamentos no Sistema Elétrico é um desafio dinâmico e intrínseco à evolução da infraestrutura energética brasileira. A expansão contínua do SIN, aliada ao envelhecimento natural das instalações, impõe demandas crescentes aos equipamentos, tornando o monitoramento e a análise constantes indispensáveis.
A segurança e a eficiência do Sistema Interligado Nacional dependem de uma abordagem proativa, baseada em análises técnicas rigorosas e na busca por soluções inovadoras.
Contar com parceiros especializados, que ofereçam conhecimento aprofundado e soluções de alta qualidade em calibração e ensaios, é fundamental para capacitar o setor a enfrentar e superar esses desafios de forma sustentável e inovadora. Investir em expertise e tecnologia é garantir a resiliência e a confiabilidade da nossa rede elétrica para o futuro.
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