Choque elétrico: o perigo que poucos dão importância e muitos sofrem as consequencias.

Por Danielle M. Bohnen
O desenvolvimento da energia elétrica foi crucial para o desenvolvimento do mundo. Apesar de ser indispensável para a vida moderna, a eletricidade pode causar danos irreversíveis se manipulada de forma equivocada. Os choques elétricos são uma preocupação constante, tanto dentro das empresas e indústrias como nas residenciais e até mesmo na rua.
A eletricidade nada mais é do que o caminho que os elétrons fazem nos átomos através de um material condutor. Ou seja, alumínio, ferro, cobre, etc, que permitem a passagem da corrente mais facilmente. Os materiais não condutores, consistem em moléculas que dificultam a passagem da corrente, esta torna-se imperceptível e muitas vezes anulada, como por exemplo o vidro, plástico, madeira, etc.
Elétrons
O corpo humano é um condutor, e, ao passar, a corrente elétrica danifica os tecidos nervosos e cerebrais, podendo provocar muitos problemas e inclusive a morte de acordo com a intensidade, pessoa e circunstancia, o que piora com a presença de água, seja pela mão encharcada ou suor da vítima. A corrente faz com que os músculos se contraiam a 60 ciclos por segundo, equivalente à frequencia da corrente alternada. Além disso os danos dependem ainda do trajeto feito pela corrente dentro do organismo, ou seja, de acordo com este trajeto o corpo sofrerá as variações. O choque elétrico mais comum é quando a corrente elétrica percorre o corpo de uma mão à outra ou da mão ao pé. O choque pode ser produzido pelo contato com um circuito energizado, a pessoa entra em contato direto com a instalação e enquanto estiver em contato e com a energia ligada, o choque se mantém, resultando em contração e lesões. Já o choque produzido por contato com corpo eletrizado trata-se da eletricidade estática, a duração é curta, por isso não provoca danos ao organismo. O choque produzido por descarga atmosférica, os raios, tem efeitos irreversíveis, neste caso a vítima sofre queimaduras e dependendo da intensidade, pode levá-la à morte.
Corrente no corpo
O tipo de corrente também interfere nos danos causados pelo choque. O organismo humano é sensível à corrente alternada. Quando o valor é de baixa intensidade passa por contrações leves, a medida que aumenta o valor da intensidade, as contrações musculares também aumentam resultando na impossibilidade de a vítima largar o objeto eletrizado, chegando à queimadura e morte por asfixia e danos de órgãos vitais. Se a intensidade não for maior que 9 mA, o choque não apresenta graves problemas. Porém, se a corrente ultrapassa esse valor, as contrações musculares tornam-se cada vez mais fortes. Se a corrente chega ou ultrapassa 20 mA o perigo é muito maior mesmo que a vítima seja exposta por pouco tempo. Já as corrente de mais de 100 mA atingem rapidamente o coração e a morte é instantânea.
Duração máxima da tensão de contato CC

 

                    Intensidade mA
Perturbações prováveis
1
Nenhuma
1-9
Sensação cada vez mais desagradável à medida que a intensidade aumenta
9-20
Sensação dolorosa, contrações violentas, perturbações circulatórias
20-100
Sensação insuportável, contrações violentas, asfixia, perturbações circulares, fibrilação ventricular.
> 100
Asfixia imediata, fibrilação ventricular
Vario Aaperes
Asfixia imediata, queimaduras graves

 

Fonte: http://dalcantara.vilabol.uol.com.br/index4.html
Para se ter uma ideia, o choque elétrico que causa efeitos indesejáveis ao corpo humano é mil vezes menor, do que é preciso para acender uma lâmpada de 100 watts, segundo Ricardo Mattos da Sociedade Brasileira de Segurança do Trabalho, SOBES, “infelizmente, pouca gente sabe disso e desdenha do perigo de instalações e equipamentos elétricos de baixa tensão. A maioria das pessoas já passou pela experiência de um choque elétrico e por terem saído ilesas consideram esse tipo de acidente inofensivo. Aplicam o princípio da auto-exclusão quando o assunto é a susceptibilidade aos acidentes. Alguns até acham engraçado ‘levar um choque’. É a completa banalização do perigo e o desconhecimento sobre a ocorrência estimada de mais de mil mortes por ano, na Brasil, decorrentes de acidentes com eletricidade; muitos deles em situações corriqueiras e em baixa tensão”. Segundo ele, muitas pessoas sentem-se orgulhosas por trabalharem com eletricidade e muitas acreditam que é exagero as medidas de prevenção, enquanto outros preferem arriscar a própria vida e a de seus funcionários investindo em equipamentos mais baratos que não tem dispositivos de proteção. “Diante de todos esses absurdos, que ocorrem em todos os tipos de ambientes, incluindo os do trabalho, os profissionais de segurança, muitas vezes atônitos com a aparente complexidade do tema, são surpreendidos com acidentes graves e fatais em instalações e serviços de rotina”.
Vítima de choque
De acordo com Mattos, aparelhos simples, como portões, postes, andaimes, motores, etc, que são utilizados para frio, calor, movimento, entre outros, tornam-se um sério risco para pessoas desavisadas sobre suas partes equivocadamente energizadas, pois todos estes equipamentos podem apresentar defeitos por diversos motivos, seja por falha interna seja por problemas nas partes metálicas “ quando isso ocorre, uma parte da corrente elétrica passa a circular pela parte externa desses equipamentos, procurando um caminho de baixa resistência para continuar fluindo. Quando alguém faz contato com esse equipamento, o seu corpo completa esse caminho mais fácil para a corrente elétrica que quer ‘fugir’ do circuito para qual ela foi projetada”.
O ideal é prevenir
No caso de empresa e indústrias onde os funcionários estão expostos a este tipo de acidente a recomendação é evitar colocar à vida em risco com atitudes básicas do dia-a-dia, seguindo à risca as normas técnicas de instalações e a legislação de proteção ao trabalhador. Entre as formas de prevenção estão:
·   Uso de fio-terra, com plugues de três pinos;
·   Isolamento duplo para ferramentas elétricas manuais, fios e cabos;
·   Circuitos protegidos por disjuntores e fusíveis;
·   Inspeções periódicas do sistema de aterramento;
·   Utilização de tensão ultra-baixa para locais de imersão em água.
Já dentro das casas muitas precauções devem ser tomadas a fim de evitar acidentes envolvendo eletricidade:
·   Não mexa na parte interna das tomadas, seja os dedos ou com qualquer objeto;
·   Crianças devem ficar longe das tomadas, de preferência colocar protetores em todas elas ou uma fita adesiva que não descole facilmente;
·    Ao trocar uma lâmpada, nunca toque no vidro, as lâmpadas devem ser manipuladas pelo suporte e desligue a chave geral antes da troca;
·    De maneira nenhuma toque em objetos eletrônicos com as mãos molhadas ou úmidas;
·   Nunca toque no chuveiro ligado ou com o corpo molhado, nem para mudar a chave inverno-verão;
·   Considere todos os dispositivos como perigosos que podem provocar choque;
·   Aprenda como dimensionar um fio elétrico;
·   Não manipule um aparelho elétrico com a corrente ligada;
·   Não tente consertar nada sozinho, conte sempre com um especialista;
·   Use materiais não condutores para manipular um aparelho;
·   Use os cabos corretos para cada tipo de serviço elétrico;
·   Não sobrecarregue uma única tomada com muitos aparelhos;
·   Não utilize aparelhos quebrados, mantenha-os sempre em manutenção, principalmente se a capa de proteção dos cabos estiver danificada;
·   Chuveiros e torneiras elétricos devem ser aterrados;
·   Nunca troque a resistência queimada do chuveiro com o banheiro molhado;
·   Não manuseie objetos condutores quando há cabos elétricos aéreos;
·   Não pise em fios! Principalmente em dias de tempestade;
·   Sempre advertir as crianças sobre os riscos de empinar pipas perto de cabos elétricos, linhas de transmissão, postes, etc. A corrente elétrica pode atravessar a linha do brinquedo até chegar no corpo da criança.
O que fazer em caso de choque elétrico
Primeiros Socorros:
·   A primeira coisa que se deve fazer quando uma pessoa é vítima de um choque elétrico é interromper o contato da vítima com o aparelho, ou seja, desligando o interruptor ou chave;
·   afastar o fio condutor elétrico utilizando um material não condutor seco;
·   Puxar a vítima pelos pés ou mãos evitando o contato de pele com um material não condutor e com os pés aterrados, seja com botas de borracha e o chão deve estar totalmente seco;
·   Fazer respiração de socorro e massagem cardíaca;
·   Se houver fratura, imobilizar a parte afetada;
·   Se houver queimadura proteger com um pano;
·   Retirar próteses ou objetos metálicos que a vítima estiver usando;
·   Desobstruir as vias respiratórias da vítima;
·   Procure ajuda médica o mais rápido possível.
EFEITOS ESTIMADOS DA ELETRICIDADE

 

CORRENTE
CONSEQUÊNCIA
1 mA
Apenas perceptível
10 mA
“Agarra” a mão
16 mA
Máxima tolerável
20 mA
Parada respiratória
100 mA
Ataque cardíaco
2 A
Parada cardíaca
3 A
Valor mortal

 

Fonte: www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/eletric.htm
Fontes:
www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/eletric.htm
dalcantara.vilabol.uol.com.br/index4.html
www.cb.sc.gov.br/ccb/dicas_seg/seglar1.htm
www.sobes.org.br
Wikipedia

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